Eu deveria ter dito tudo o que estava aqui dentro, deveria ter sido mais corajosa, olhado nos teus olhos e mostrado o quanto os meus brilhavam na sua presença. Deveria ter segurado nas tuas mãos, deveria ter passado por elas toda a eletricidade que tomava o meu corpo quando estava ao seu lado, deveria ter te abraçado pra te lembrar que era do meu abraço que você costumava gostar, e que era nos meus braços que você sempre queria estar. Deveria ter te beijado pra provar que a minha boca não preferia nenhuma outra boca, e que a sua, mesmo relutante, queria beijar a minha e se entregar sem volta. Deveria ter chorado, deixado as lágrimas escorrerem pelo meu rosto como um último grito de desespero. Eu deveria ter dito que era eu a pessoa feita pra te fazer feliz, deveria ter sido clichê e alegado que sem você não poderia viver e tudo o que eu precisava era o seu amor, deveria ter dito, afinal, que te amava.
A verdade é que não fiz nada que era pra ter sido feito, a verdade é que fui covarde, passiva e desleal não só com você, mas principalmente comigo. A verdade é que te deixei ir de forma silenciosa e dolorosa. Verdade é que quando percebi você já não estava mais lá e apenas me fez o favor de avisar devidamente a sua partida.
De toda a história, faço minha toda culpa, toda mágoa, toda dor, toda saudade, toda lembrança. Guardo em mim todo o amor que era pra você, e sigo te amando de longe, amando como nunca amei quando estive perto.